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Agronegócios

Reação dos preços do arroz anima produtores a investirem em mais tecnologia


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A perspectiva positiva para o mercado de arroz no sul do Brasil vai dar fôlego para que os produtores invistam em tecnologias em busca de maior produtividade e renda. Preços melhores no restante do ano animam os agricultores a investir mais na cultura do arroz. O otimismo vem da sequência de dois meses de alta nas cotações e do bom desempenho das exportações alavancadas pela relação entre os preços internos e o câmbio favorável.

No Rio Grande do Sul, estado que produziu 69% do arroz brasileiro na safra 2017/18, o valor do grão teve um aumento de 8% de maio para junho. Depois de um ano, a saca de 50 quilos voltou a ser comercializada acima dos R$ 40,00 e agora vale R$ 41,60, segundo o indicador Esalq-Senar/RS. Já em Santa Catarina, segunda maior colheita do Brasil, com 1,1 milhão de toneladas, os preços começam a se aproximar das cotações gaúchas e estão, em média, em R$ 38,00. Mas, partiram de R$ 28,00 de referência em fevereiro/março, segundo explica o analista Cleiton Evandro dos Santos, da AgroDados Inteligência em Mercados de Arroz.

“A indústria de Santa Catarina se abasteceu bem na safra, com preços mais baixos, mas gradativamente está indo ao mercado e disputando o grão com exportadores e as indústrias gaúchas e de outros estados. Essa competição e a importação menor este ano estão dando fôlego para a recuperação das cotações aos arrozeiros. No extremo sul catarinense as cotações já acompanham as do litoral Norte gaúcho, na faixa de R$ 40,00 a R$ 42,00 livres”, assegura.

Diante deste cenário, a escolha adequada da semente pode representar o sucesso ou insucesso da lavoura. Por isso, os especialistas aconselham os produtores ou os técnicos agrícolas a levar em conta o potencial genético de uma semente e as condições edafoclimáticas do local do plantio, além de ser assertivo no manejo. De modo geral, a cultivar é responsável por 50% do rendimento final. “O produtor precisa planejar a sua lavoura para plantar na melhor época e não deixar o preparo ou o plantio para o final da janela de semeadura. Na entrada da primavera, que é quando se iniciam os trabalhos de semeadura, a previsão é que as chuvas sejam dentro da normalidade, portanto será um ano para o produtor escalonar o ciclo das variedades a serem semeadas e maximizar sua produtividade”, explica Cyrano Busato, engenheiro-agrônomo da RiceTec, empresa referência no desenvolvimento de sementes.

Outro fator que deve mexer com o setor é a grande possibilidade de ocorrência de El Niño, que geralmente faz o mercado adotar uma postura compradora. Por isso, a orientação é que os produtores analisem bem as vantagens dos produtos para montar sua fórmula para este ano. “Temos visto nos últimos episódios de clima adverso que a tecnologia e a intensificação do uso de insumos podem reduzir as perdas de produtividade, portanto precisamos cuidar do potencial produtivo e sermos assertivos no manejo, também evitando perda de produtividade por brusone. Estamos em um cenário de valorização do produto arroz e, portanto, precisamos produzir o máximo por unidade de área para um melhor retorno ao investimento. Um híbrido de alto potencial e com ciclo precoce pode dar a oportunidade de vendas no cedo e um retorno interessante”, destaca Busato.

Frente a um cenário um pouco mais positivo, alguns produtores de Santa Catarina estão optando por uma antecipação no plantio com objetivo de realizar duas colheitas e conseguir uma negociação com maior volume e preços. No entanto, os agrônomos alertam: “Para o plantio no cedo a melhor opção são as variedades híbridas de ciclo curto que oferecem bom potencial de rebrote. Mas, não podemos esquecer que o plantio no cedo pode acarretar o desenvolvimento da cultivar na fase vegetativa em condições pouco adequadas, onde a temperatura e o fotoperíodo ainda não condizem com as necessidades críticas para o bom desenvolvimento da planta de arroz”, explica o engenheiro-agrônomo da RiceTec.

Por fim, é possível projetar um cenário favorável para os produtores de arroz com cotações firmes e mais rentáveis frente à demanda aquecida e os prognósticos de clima e produtividade. “É hora de o produtor formar uma lavoura de alto potencial produtivo e aproveitar o momento do mercado na próxima temporada”, lembra Busato.

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